quarta-feira, 18 de junho de 2008

Passarinho preso na gaiola



Será que é tão difícil assim poder ter um pouquinho que seja de liberdade? Um pouquinho que seja de compreensão. Ou será que passarei a vida repreendida?
É justo não ter respeito por uma vontade só pelo fato de você ainda não ser ninguém, de acordo com a sociedade capitalista, ou seja, só porque você é um mero jovem de 18 anos que ainda não trabalha nem estuda, não por opção, mas por falta de alguma oportunidade que venha a surgir?
Só por isso tem que haver a opressão? Tem que vir aquela 'jogada na cara' que você é um nada?
Que se não está trabalhando, ganhando seu dinheiro pra poder ajudar nas despesas não pode ter um pouquinho que seja de abertura?
Quer dizer que agora eu tenho que comprar minha liberdade na minha própria casa e na minha própria família? Que eu tenho que comprar uns minutos no telefone, tenho que comprar meu sono, minhas vontade, minhas horas livres.
Quer dizer que respeito agora se compra? Que só eu pagando com meu dinheiro minha mãe deixa de falar alguma coisa sobre meus gastos?
Quando eu vou deixar de ser a futura fonte de dinheiro e ser apenas a filha? Quando a ganância vai deixar de cegar as pessoas?
Por que eu tenho que pagar pra ser livre se eu nasci com esse direito? Por quê eu tenho que ficar na jaula dominadora da sociedade? Por quê tenho que me esconder num móvel esperando que a sociedade deixe de ser hipócrita e reprimida? Por quê tenho que ter medo de sentir o amor, só porque ele pode ser errado? Quem disse que existe amor errado?
Tanta gente diz amar o próximo, tanta gente diz não ter objecções sobre nada, ter a mente aberta. Mas repudia totalmente quando vive a situação em seu âmbito familiar ou mais próximo.
Sou prisioneira do lar, prisioneira do meu sangue. Esperam que de mim possa sair dinheiro, mas recusaram todo o amor que eu posso dar.
Claro que sei que só de amor não se vive, mas por que não gastar o dinheiro que se conquistou fazendo o que tinha que fazer com amor, com vontade e com empenho.

Será que pagando em cheque, posso ter um pouquinho do amor daquela que me fez vir a esse mundo patético e que na grande maioria, as pessoas são todas uma escória.

O Homem sempre vislumbrou com encanto o vôo do pássaro, mas para nunca perder o controle e domínio que sempre achou que teve, criou a gaiola, para então assim o pássaro voar apenas quando lhe fosse cómodo.



Sou assim, pássaro na gaiola. Sim, tenho coração. Porém cortaram-me as asas. Sou um ser agonizante em meio a grades douradas. Pois no fim, é só a riqueza que importa.



Um comentário:

Os brejos ao redor de minha alma agreste... disse...

AMEI! ERA TUDO O Q EU QUERIA DIZER TAMBÉM!