
Bom, primeiro post, né?
Tem que ser glamuroso. E nada mais glamuroso que a Parada Gay.
Não tem nada que me faça acordar cedo num domingo. Porém, quando é pra sair por aí dando pinta, tiro forças de não sei onde pra acordar oito e meia depois de ter ido dormir às 4 da manhã no sábado.
Como eu sempre digo, eu levanto, mas acordar mesmo só depois do meio-dia.
E ainda tinha o Viny me ligando toda hora pra me apressar.
Demorei anos e anos pra me trocar, porque eu nem via o que estava fazendo, de tanto sono. Não tomei café e já sai esbaforida pra casa dele.
Chegando lá fomos pegar o Lucas na sua casa. Ele ainda estava no décimo sono e resumindo: Ficamos esperando mais uma meia hora.
E minha Santa 'Vadjaina', o que era aquele trem cheio de monas e sapas, todas cantando, dançando e quase fazendo até piruetas.
E eu nunca vou esquecer a cena na estação Sé do metrô. Gente a perder de vista, todas gritando, brincando, assoviando e prontas para ferver na parada.
Tinham drags de gari, de Elvis, de Marilyn, de todos os tipos imagináveis ou não.
Os vagões iam lotados, mas ninguém raclamava. Todos só queriam se jogar na Paulista.
Descemos na estação Consolação, e ainda não tinha tanto movimento, o trio principal dos 22 estava em frente ao Masp.
E lá estava ela em cima do trio, minha 'ídola', Silvetty Montilla!
Com seu vestido curtíssimo colorido e que era sua cara. A Bicha mais fina de São Paulo.
Segundo o Viny, a parada começaria meio-dia e vinte quatro. Mas não, eles não seriam tão pontualmente gays. Acabou começando lá pra meio-dia e quarenta com a presidente da associação GLBT, que fez um discurso falando sobre o tema 'Homofobia mata, por um estado leico de fato'. Porém, temos que ser realistas, quase ninguém que estava ali ligava mesmo para o real motivo da parada, pessoas só queriam beber, beijar e se divertir. Os reais militantes gays eram minoria. Sem contar os milhares de héteros que estavam, como dizem eles: 'Pra saber como é'.
Não lembro quantas idas e voltas demos na paulista, só sei que estava um sol de 26º, que andamos seis horas no meio de uma média de 3 milhões de pessoas e que toda a água do mundo não mataria a sede.
As músicas dos trios estavam perfeitas, os Go-go boys enlouqueciam as monas e as mocinhas héteros. Era impossível ficar parado, não só pela música, mas pela quantidade de gente que não deixava parar por muito tempo em um lugar só.
Quando eram mais ou menos quatro da tarde, paramos de ir e vir e fomos seguindo o fluxo.
O final da parada seria na República, às seis da tarde.
Já na consolação, as ruas ficaram menos cheias e dava pra dançar com mais comodidade.
Estava escurecendo já e quando olhamos pra cima na rua, aquela expressão 'mar de gente' fez completo sentido.
É, e a parada acabou. Depois dessa saga toda, estavamos mais do que exaustos. Estavamos mortos de cansados.
Já não sentia meus pés, e fiquei com medo de parar e não conseguir mais andar depois.
Viny ficou de calumdum porque não pegou nada.
Disse que queria achar sua alma gêmea do ano, mas que todos só queriam seu corpo.
Mas ele não é só sexo, gente.
Sei que ele vai ficar puto por que eu disse isso, mas vamos ver o que ele posta mais pra frente.
E uma coisa que vai ficar marcada na nossa memória foi um diálogo memorável que ouvimos e que foi quase uma lição de iniciativa.
Estava passando uma menina na nossa frente, quando então chegou uma outra menina e lhe perguntou:
- Oi, você pega menino?
- Não_ Ela respondeu.
- Você pega menina?
- Sim_ Ela disse sem entender nada.
Então na maior cara de pau desse universo ela falou:
- Então me pega?
Cara, não teve como não rir com o jeito que ela falou!
Se eu pudesse, gravava pra ver mil vezes
E assim, termino o primeiro post glamuroso.
Outros virão. E outras paradas também!
Se Joga Be!
Tê.